Estereótipos de gênero no curso de Secretariado Executivo: discussões a partir do olhar de estudantes do gênero masculino

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7769/gesec.v13i1.1260

Palavras-chave:

Secretariado Executivo, Gênero, Estereótipos, Mercado de trabalho.

Resumo

Devido à predominância feminina no escopo profissional e no meio acadêmico do Secretariado Executivo, os discentes de gênero masculino se deparam com desafios específicos – como, por exemplo, o de romper possíveis estereótipos historicamente construídos sobre essa ocupação. Neste sentido, este estudo busca compreender como estudantes de gênero masculino do Secretariado Executivo enxergam os estereótipos relacionados ao curso e a atuação no mercado de trabalho. Os dados primários foram coletados mediante entrevistas, realizadas a partir de roteiro semiestruturado com 18 alunos do curso. A análise dos dados foi feita por meio do método de análise de conteúdo. Os estudantes identificaram que fazem parte de suas vivências os seguintes estereótipos: da secretária; da aparência; da subserviência; das relações interpessoais; e da orientação sexual. Ante o exposto, foi possível evidenciar que tais estereótipos se caracterizam no curso e no mercado de trabalho do Secretariado Executivo como uma questão de gênero, visto que a maioria dos relatos se relaciona a diferenciais de gênero que, por vezes, atuam gerando desvantagens para os homens nesta área, como é o caso das oportunidades de trabalho.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Nathália Brunetti Gonçalves Bittencourt, Universidade Federal de Viçosa

Graduada em Secretariado Executivo Trilíngue pela Universidade Federal de Viçosa. 

Diego Costa Mendes, Universidade Federal de Viçosa

Professor adjunto do Departamento de Administração e Contabilidade (DAD) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).  Docente permanente do Mestrado Profissional em Administração Pública (PROFIAP) e colaborador do Programa de Pós-Graduação em  Administração (PPGAdm), ambos da UFV. Doutor e mestre em  Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração  (PROPAD) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); graduado em Administração pela mesma instituição. Líder do tema 07 (Gerações, Ageísmo e Trabalho) da divisão acadêmica GPR -  Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho, da ANPAD (2021).  Membro do Observatório da Sociedade Pós-Pandêmica (OSPP) e dos grupos de pesquisa: "Mercademia - Núcleo de Gestão Empresarial" e  "Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero (NIEG)", ambos vinculados à UFV e cadastrados no diretório do CNPq. Possui interesses de pesquisa nos Estudos Organizacionais e na Gestão de Pessoas, atuando, no presente momento, sobre os seguintes temas: trabalho e cotidiano no pós-pandemia; marcadores sociais da diferença nas relações de trabalho, nas organizações e nas políticas públicas (gênero e sexualidade, gerações e ageísmo, corpo e capacitismo, raça, racismo e branquitude); currículo em Administração. Também tem realizado pesquisas nas temáticas que envolvem trabalho, qualidade de vida no trabalho e controle nas organizações.

Referências

Almeida, P. R. (2001). A economia internacional no século XX: um ensaio de síntese. Revista Brasileira de Política Internacional. Brasília, 44 (1), 112-136.

Araújo, D. G. (2007). O espaço ocupado pelo sexo masculino no ramo do Secretariado Executivo (Trabalho de Conclusão de Curso). Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo.

Araújo, M. F. (2005). Diferença e igualdade nas relações de gênero: revisitando o debate. Psicologia Clínica. Rio de Janeiro, 17 (2), 41-52.

Baccega, M. A. (1998). O Estereótipo e as Diversidades. Comunicação & Educação, São Paulo, 7-14, set./dez.

Bandeira, L., & Batista, A. S. (2002). Preconceito e discriminação como expressões de violência. Revista Estudos Feministas. Brasília, 10 (1).

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.

Barros, C. M. P., Izequiel, D. S. A., & Silva, J. S. (2011). Os Desafios Enfrentados pelo Profissional de Secretariado Executivo do Gênero Masculino nas Organizações Contemporâneas. Revista de Gestão e Secretariado, São Paulo, 2 (1), 158-176.

Bernadino, W. M., & Nunes, W. S. (2013). Análise dos Gêneros na Linguagem: A Atuação e o Preconceito Contra os Homens na Área de Secretariado Executivo. GeSec - Revista de Gestão e Secretariado. São Paulo, 4 (2).

Brioli, F. (2011). É assim, que assim seja: mídia, estereótipos e exercício de poder. IV Encontro da Compolítica, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Disponível: http://www.compolitica.org/home/wp-content/uploads/2011/03/Fla%CC%81via-Biroli.pdf

Brito, D. L., & Bona, F. D. (2014). Sobre a noção de estereótipo e as imagens do Brasil no exterior. Revista Graphos, 16 (2).

Carloto, C. M. (2002). O conceito de gênero e sua importância para a análise das relações sociais. Serviço Social em Revista, Londrina-PR, 3, 201-214.

Charaudeau, P. (2017). Os estereótipos, muito bem. Os imaginários, ainda melhor. Traduzido por André Luiz Silva e Rafael Magalhães Angrisano. Entrepalavras, Fortaleza, 7 (1), 571-591.

Chaves, J. C. (1999). Estratégias de Apropriação das Emoções no Ambiente de Trabalho. Dissertação de Mestrado em Psicologia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.

Duarte, G.; Spinelli, L. M. (2019). Estereótipos de Gênero, Divisão Sexual do Trabalho e Dupla Jornada. Revista Sociais e Humanas, 32 (2).

Freitas, A. R. R., Napimoga, M., & Donalisio, M. R. (2020) Análise da gravidade da pandemia de Covid-19. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 29 (2).

Gastaldo, E. (2008). Goffman e as relações de poder na vida cotidiana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, 23 (68), 149-153.

Gilligan, C., & Snider, N. (2018). Why does patriarchy persist? Medford: Polity Press.

Globo, O (2018, abril). Mulheres ganham até 38% menos que homens na mesma função. Caderno de Economia. Disponível: https://oglobo.globo.com/economia/mulheres-ganham-ate-38-menos-que-homens-na-mesma-funcao-22466944

Izquierdo, M. J. (1992). Bases Materiais do Sistema Sexo/Gênero. São Paulo: SOF.

Junqueira. F. C. (2010). Estigmatização e rotulação no contexto escolar: a construção social da violência. Especiaria - Cadernos de Ciências Humanas. 12 (22).

Macedo, G. S., & Macedo, K. B. (2004). As relações de gênero no contexto organizacional: o discurso de homens e mulheres. Revista Psicologia Organizações e Trabalho. 4 (1), 61-90.

Minayo, M. C. S. (1999). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 13. ed. Petrópolis: Vozes.

Miranda, T L., & Schimanski, E. (2014). Relações de gênero: algumas considerações conceituais. In: Ferreira, A. J. (org.). Relações étnico-raciais, de gênero e sexualidade: perspectivas contemporâneas. Ponta Grossa: Editora UEPG.

Montesanti, B. (2018). Mulheres são 15% do novo Congresso, mas índice ainda é baixo. Portal UOL. São Paulo. Disponível: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/11917

Muller, R., Oliveira, V. S., & Cegan, E. Perfil do (a) profissional de secretariado executivo na gestão contemporânea: evidências a partir dos ingressantes no mercado de trabalho na cidade de curitiba e das demandas empresariais. Revista de Gestão e Secretariado - GeSec, São Paulo, 6 (3), 129-151.

Nicholson, L. (2000). Interpretando o gênero. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 8 (2).

Paim, A. S. (2007). Aparência física, estereótipos e inserção profissional: um estudo sobre a profissão de secretário executivo segundo a percepção das estudantes de secretariado. Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Salvador, BA, Brasil.

Paim, A. S., & Pereira, M. E. (2010). Estereótipos, boa aparência e a secretária executiva. Secretariado Executivo Em Revist@, 6.

Pelúcio, L. (2014). Desfazendo o Gênero. In R. Miskolci & J. Leite Júnior (Org.). Diferenças na Educação: outros aprendizados. São Carlos, SP: EDUFScar.

Pereira, M. E., Ferreira, F. O., Martins, A. H., & Cupertino, C. M. (2002). Imagens e significado e o processamento dos estereótipos. Estudos de Psicologia, 7 (2), 389-397.

Proni, T. T. R. W., & Proni, M.W. (2018). Discriminação de gênero em grandes empresas no Brasil. Rev. Estud. Fem. [online]. 26 (1).

Reich, R. (1994). O trabalho das nações. São Paulo: Educator.

Ronzani, T. M., & Andrade T. (2006). A estigmatização associada ao uso de substâncias como obstáculo à detecção, prevenção e tratamento. In SENAD - Sistema para detecção de uso abusivo e dependência de substâncias psicoativas, p. 25-32. Brasília, DF.

Sabino, R. F., & Rocha, F. G. (2004). Secretariado: do escriba ao web writer. Rio de Janeiro: Brasport Ed.

Saffioti, H. (2000). O Segundo Sexo à luz das teorias feministas contemporâneas. In A. B. Motta, C. Sardenberg, & M. Gomes, (org.). Um diálogo com Simone de Beauvoir e outras falas. Coleção Baianas, n.5. Salvador, Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher – NEIM:FFCH/Universidade Federal da Bahia.

Santos, G. C. (2018). Por que não falar de gênero? A polêmica da ideologia de gênero e os planos municipais e nacional de educação. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.

Schultz, E. G.; Soares, J. V.; Nunes, M. V., & Matiello, C. F. (2015). O perfil, os desafios e as perspectivas do sexo masculino na área secretarial. Revista Expectativa Secretariado Executivo, 14(14).

Scott, J. (1995). Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, 20 (2), 71-99.

Siqueira R., & Cardoso, H. (2011). O conceito de estigma como processo social: uma aproximação teórica a partir da literatura norte-americana. Imagonautas, 2 (1), 92-113.

Sousa, L. P., & Guedes, D. R. (2016). A desigual divisão sexual do trabalho: um olhar sobre a última década. Estudos Avançados, São Paulo, 30 (87), 123-139.

Terra, E. F., Uchimura, J., & Scopinho, R. A. (2012). A exposição de estereótipos do secretário executivo veiculados pela mídia. Linguagem Acadêmica, 2 (1), 73-91.

Tiburi, M. (2018). Feminismo em comum: para todos, todes e todos. 8 ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos.

UFV. Secretariado Executivo Trilíngue. Pró-Reitoria de Ensino. Disponível em: http://www.catalogo.ufv.br/matriz.php?campus=vicosa&complemento=*&curso=SEC&ano=2021

Vieira, J. A. (2005). A identidade da mulher na modernidade. DELTA, 21, 207-238.

Walter, M. T. M. T., & Baptista, S. G. (2007). A força dos estereótipos na construção da imagem profissional dos bibliotecários. Informação & Sociedade: estudos, João Pessoa, 17 (3), 27-38.

Downloads

Publicado

2022-04-18

Como Citar

Brunetti Gonçalves Bittencourt, N., & Costa Mendes, D. (2022). Estereótipos de gênero no curso de Secretariado Executivo: discussões a partir do olhar de estudantes do gênero masculino. Revista De Gestão E Secretariado, 13(1), 145–169. https://doi.org/10.7769/gesec.v13i1.1260

Edição

Seção

Artigos