Mapas cognitivos de identidade da experiência de declínio organizacional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7769/gesec.v11i2.970

Palavras-chave:

Declínio Organizacional. Esquema cognitivo. Mapa cognitivo de identidade. UFN III.

Resumo

O texto a seguir, elege como foco de interesse central o mapeamento dos elementos constituintes do esquema cognitivo de trabalhadores sobre o fenômeno de declínio organizacional vivido em um projeto organizacional de grande porte. A área teórica deste estudo delineou-se pela Ciência Cognitiva, apresentando como conceito operacional principal a teoria do esquema cognitivo, permitindo, assim, discutir as estruturas de conhecimento dos trabalhadores em relação a um elemento de sua realidade. Dessa forma, explorar por meio de entrevista, realizar a análise de conteúdo e descrever a maneira como esses sujeitos concebem e explicam a experiência de declínio organizacional é o que nos remete à investigação da complexidade que pode existir entre as perspectivas individuais e grupais, interfaceadas pela perspectiva organizacional. Os relatos revelam que o insucesso (declínio) do projeto organizacional vai além da dimensão financeira e integra questões políticas, sociais e morais, relacionando o fenômeno predominantemente aos fatores macroambientais. Foi possível, identificar que os esquemas explorados se mostraram úteis para a compreensão do significado da experiência em uma organização que entrou em declínio A título de conclusão, permite-se pensar o trabalhador em tempos de crise, a possibilidade de observação de diferentes articulações contextuais, que podem fortalecer ou fragilizar a saúde psicossocial dos atores e das organizações de trabalho especialmente frente à real ameaça de desemprego presente durante a ocorrência de declínio.

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Biografia do Autor

Eveli Freire de Vasconcelos, Universidade Católica Dom Bosco

Possui graduação , mestrado e doutorado em Psicologia pela UCDB . Atua como docente e supervisora de estágio no Curso de Graduação em Psicologia. É coordenadora dos cursos de Pós Graduação Lato Sensu em Psicologia Organizacional e do Trabalho, Avaliação e Perícia Psicológica e de Psiquiatria e Saúde Mental com Ênfase em Humanidades Médicas da Universidade Católica Dom Bosco.Tem experiência em Psicologia, Organizações e Trabalho, atuando principalmente em temas da área: gestão de pessoas, comportamento organizacional.

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Antonio Virgilio Bittencourt Bastos, Universidade Federal da Bahia

Graduação em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (1976), mestrado em Educação pela Universidade Federal da Bahia (1982) e doutorado em Psicologia pela Universidade de Brasília (1994), com concentração em Psicologia Organizacional e do Trabalho. Atualmente é professor titular de Psicologia Social das Organizações, no Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia. Foi membro do Conselho Federal de Psicologia (1984-1988), sendo presidente em 1986. Atuou como membro da comissão de especialistas em ensino de Psicologia do MEC/SESu (1994-2000). Foi membro do CA de Psicologia do CNPq, da Comissão de Psicologia do INEP e da comissão de área da Psicologia na CAPES. Atualmente é Coordenador da Área de Psicologia da CAPES e membro, no INEP, da Comissão de Psicologia para o ENADE. Pesquisador I-A do CNPq, atuando principalmente em temas da área de Comportamento Organizacional, a exemplo de: comprometimento no trabalho, mudancas organizacionais, significado do trabalhar, cognições organizacionais, mapas cognitivos e redes sociais em contextos organizacionais.

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Maria Eduarda Avancini Casali, Universidade Católica Dom Bosco

Graduanda de Psicologia da Universidade Católica Dom Bosco - MS.  Bolsista no Projeto de Pesquisa do Programa de Iniciação Científica (PIBIC: ciclo 2018-2019) com ênfase em psicologia organizacional e do trabalho: Explorando a construção de significados entre trabalhadores empregados e em situação de desemprego no atual contexto de crise do país.

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Publicado

2020-08-05

Como Citar

de Vasconcelos, E. F., Bastos, A. V. B., & Casali, M. E. A. (2020). Mapas cognitivos de identidade da experiência de declínio organizacional. Revista De Gestão E Secretariado, 11(2), 139–163. https://doi.org/10.7769/gesec.v11i2.970

Edição

Seção

Artigos