Mapas cognitivos de identidade da experiência de declínio organizacional
DOI:
https://doi.org/10.7769/gesec.v11i2.970Palavras-chave:
Declínio Organizacional. Esquema cognitivo. Mapa cognitivo de identidade. UFN III.Resumo
O texto a seguir, elege como foco de interesse central o mapeamento dos elementos constituintes do esquema cognitivo de trabalhadores sobre o fenômeno de declínio organizacional vivido em um projeto organizacional de grande porte. A área teórica deste estudo delineou-se pela Ciência Cognitiva, apresentando como conceito operacional principal a teoria do esquema cognitivo, permitindo, assim, discutir as estruturas de conhecimento dos trabalhadores em relação a um elemento de sua realidade. Dessa forma, explorar por meio de entrevista, realizar a análise de conteúdo e descrever a maneira como esses sujeitos concebem e explicam a experiência de declínio organizacional é o que nos remete à investigação da complexidade que pode existir entre as perspectivas individuais e grupais, interfaceadas pela perspectiva organizacional. Os relatos revelam que o insucesso (declínio) do projeto organizacional vai além da dimensão financeira e integra questões políticas, sociais e morais, relacionando o fenômeno predominantemente aos fatores macroambientais. Foi possível, identificar que os esquemas explorados se mostraram úteis para a compreensão do significado da experiência em uma organização que entrou em declínio A título de conclusão, permite-se pensar o trabalhador em tempos de crise, a possibilidade de observação de diferentes articulações contextuais, que podem fortalecer ou fragilizar a saúde psicossocial dos atores e das organizações de trabalho especialmente frente à real ameaça de desemprego presente durante a ocorrência de declínio.
Downloads
Referências
Açuaña, E., & Fernandes, F. (1995, abr./jun.). Análise de mudanças organizacionais: utilidades para políticas sociais. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, 29(2), pp. 80-109.
Antonacopoulou, E. P., & Sheaffer, Z. (2014). Learning in Crisis: Rethinking the Relationship Between Organizational Learning and Crisis Management. Journal ofManagement Inquiry, 23(1), pp. 5-21.
Barr, P. S., Stimpert, J. L., & Huff, A. S. (1992). Cognitive change, strategic action, and organizational renewal. Strategic Management Journal, 13, p. 15-36.
Bartunek, J. M., & Moch, M. K. (1987, dez.). First-order, second-order, and third-order change and organizational development interventions: a cognitive approach. Journal of Applied Behavioral Science, 23(4), pp. 483-500.
Bastos, A. V. B., & Borges-Andrade, J. E. (2004). Nota técnica: cognição e ação: o ator ocupa a cena nos estudos organizacionais. In M. Caldas, R. Fachin, & T. Fischer (Org.), Handbook de Estudos Organizacionais (pp. 69-76). São Paulo: Atlas: 2004.
Bastos, A. V. B., & Janissek, J. (2014). Cognição nas Organizações de Trabalho. In J. C. Zanelli, J. E., Borges-Andrade, & Bastos, A. V. B. (Org.), Psicologia Organizações e Trabalho no Brasil (pp. 203-243). Porto Alegre: Artmed, 2014.
Bastos, A. V. B., & Santos, M. V. (2000). O 'schema' de trabalhador comprometido: elemento definidor da identidade no trabalho. Trabalho apresentado no Xxx Reunião Anual de Psicologia, Brasília: Sociedade Brasileira de Psicologia. Resumo
Bastos, A. V. B. (2000). Mapas cognitivos: ferramentas de pesquisa e intervenção em processos organizacionais. Trabalho apresentado no Encontro Nacional De Estudos Organizacionais Da Associação Nacional Dos Programas De Pós-Graduação Em Administração, Curitiba: ANPAD. Anais.
Bastos, A. V. B. (2001). Cognição e ação nas organizações. In E. P. Davel & S. C. Vergara (Org.), Gestão com Pessoas e Subjetividade (pp. 157-189). São Paulo: Atlas, 2001.
Bastos, A.V. B. (2002). Mapas cognitivos e a pesquisa organizacional: explorando aspectos metodológicos. Estud. Psicol., Natal, 7(spe), pp. 64-77.
Bastos, A. V. B., Souza, J. J., Costa, V. M. F., & Peixoto, A. L. A. (2011). A Adoção de Novas Práticas de Gestão: explorando o esquema cognitivo dos atores em empresas com diferentes padrões de inovação. Revista de Ciências da Administração, Florianópolis, 13(31), pp. 243-278.
Bastos, A. V. B, Loiola, E., Queiroz, N. S., & Silva, T. D. (2014). Conceito e Perspectivas do estudo das Organizações. In J. C. Zanelli, J. E. Borges-Andrade, & A. V. B. Bastos (Org.), Psicologia Organizações e Trabalho no Brasil (pp.73-108). Porto Alegre: Artmed.
Borges, L. O., & Yamamoto, O. H. (2004). O mundo do trabalho. In J. C. Zanelli, J. E. Borges-Andrade, & A. V. B. Bastos (Org.), Psicologia Organizações e Trabalho no Brasil (pp. 24-62). São Paulo: Artmed.
Brasil. [2007?]a. Ministério do Planejamento. Sobre o PAC. Brasil: Ministério do Planejamento. Recuperado de: http://www.pac.gov.br/sobre-o-pac
Brasil. [2007?]b. Ministério do Planejamento. Petróleo e Gás Natural. Mato Grosso do Sul: Ministério do Planejamento. Recuperado de: http://www.pac.gov.br/infraestrutura-energetica/petroleo-e-gas-natural/ms
Breakwell, G. M. et al. (2010). Métodos de pesquisa em Psicologia (F. R. Elizalde Trad.). Porto Alegre: Artmed.
Cantero, D. S. M. (2014). Teoría fundamentada y Atlas.ti: recursos metodológicos para la investigación educativa. Revista Electrónica de Investigación Educativa, 16(1), pp. 104-122.
Caldas, M. P. (1998). Demissão, plural e singular: um estudo sobre enxugamentos de pessoal no nível organizacional e sobre perda de emprego no nível individual. (Tese Doutorado em Administração, Escola de Administração de Empresas de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo).
D’Aveni, R. A. (1989). The Aftermath of Organizational Decline: a longitudinal study of the strategic and managerial characteristics of declining firms. The Academy of Management Journal, 32(3), pp. 577-605.
Dekker, S. W. A., & Schaufeli, W. B. (1995). The Effects of Job Insecurity on Psychological Health and Withdrawal: A Longitudinal Study. Australian Psychologist, 30, pp. 57-63.
Fiol, C. M., & Huff, A. S. (1992, may). Maps for managers: where are we? Where do we go from here? Journal of Management Studies, 29(3), pp. 267-285.
Fonseca, V. S., & Machado-da-Silva, C. L. (2010, set.). Conversação entre abordagens da estratégia em organizações: escolha estratégica, cognição e instituição. Rev. adm. contemp., Curitiba, 14(spe), pp. 51-75. Recuperado de: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-92302002000300006
Gil, A. C. (1987). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas.
Gondim, S. M. G. et al. (2010, dez.) Atribuições de causas ao desemprego e valores pessoais. Estud. psicol. (Natal), 15(3), pp. 309-317.
Greenhalgh, L. (1982). Maintaining organizational effectiveness during organizational retrenchment. Journal of Applied Behavioral Science, 18, pp. 155-170.
Heaney, C. A., Israel, B. A., House, J. S. (1994, may). Chronic job insecurity among automobile workers: effects on job satisfaction and health. Social science & medicine, 38(10), pp. 1431-1437.
Hodgkinson, G. P., & Healey, M. P. (2008). Cognition in organization. Annual Review of Psychology, 59, pp. 387-417.
Jordão, F. (1998). Uma Abordagem Cognitiva das Organizações: estudo do mapeamento cognitivo na banca portuguesa. (Tese de Doutorado em Psicologia, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto, Porto, Portugal).
Lester, L. D., Parnell, J. A., & Carraher, S. (2003). Organizational life cycle: a five-stage empirical scale. The International Journal of Organizational Analysis. 11(4), pp. 339- 354.
Labianca, G., Gray, B., & Brass, D. J. (2000). A Grounded Model of Organizational Schema Change During Empowerment. Organization Science, 11(2), pp. 235-57.
Machado-da-Silva, C. L., Fonseca, V. S., & Fernandes, B. H. R. (1999). Mudança e estratégia nas organizações: perspectivas cognitiva e institucional. In M. M. F. Vieira & L. M. B. de Oliveira (Org.), Administração contemporânea: perspectivas estratégicas (pp. Xx-xx). São Paulo: Atlas.
Martins, C. (2013, 27 de abril). Fábrica de Três Lagoas reduzirá em 40% compra de fertilizantes pelo Brasil. Campo Grande News [Online], Campo Grande, MS. Recuperado de: https://www.campograndenews.com.br/economia/fabrica-de-tres-lagoas-reduzira-em-40-compra-de-fertilizante-pelo-brasil
Montello, D. R. (2002). Cognitive map-design research in the twentieth century: Theoretical and empirical approaches. Cartography and Geographic Information Science, 29(3), pp. 283-304.
Moscon, D. C. B. (2009). Teorias implícitas de trabalhador comprometido e estratégias cotidianas de gestão: uma análise qualitativa. (Dissertação de Mestrado em Administração Núcleo de Pós-Graduação em Administração da Escola de Administração, Universidade Federal da Bahia, Salvador).
Kinnunen, U., & Nätti, J. (1994). Job insecurity in Finland: Antecedents and consequences. European work and organizational psychologist, 4(3), pp. 297-321.
Orlikowski, W. J. & Gash, D. C. (1994, abr.).Technological frames: making sense of information technology in organizations. ACM Transactions on Information Systems, 12(2), pp. 174-207
Pinho, A. P. M, & Bastos, A. V. B. (2014). Vínculos do trabalhador com a organização: comprometimento, entrincheiramento e consentimento. São Paulo: Hucitec.
Pupo, F. (2014, 19 dez.). Petrobrás rescinde contrato em Unidade de Fertilizantes em MS. Valor Econômico [Online], São Paulo. Recuperado de: https://www.valor.com.br/agro/3831380/petrobras-rescinde-contrato-em-unidade-de-fertilizantes-em-ms
Ramalho, A. (2015, 19 mar.). Justiça autoriza Petrobras a recuperar R$ 471 milhões em equipamentos. Valor Econômico [Online], Rio de Janeiro, RJ. Recuperado de: https://www.valor.com.br/empresas/3964844/justica-autoriza-petrobras-recuperar-r-471-milhoes-em-equipamentos
Rentsch J. R., & Woehr, D. J. (2004). Quantifying congruence in cognition: social relations modeling and team member schema similarity. In E. Salas & S. M. Fiore (Ed.), Team Cognition: Understanding the Factors that Drive Process and Performance (pp. 11-31). Washington, DC: American Psychological Association.
Ribeiro, J. C. (2014, jul.). A construção da UFN III em Três Lagoas-MS: no rastro do fetiche da terra de gigantes. Revista Pegada, 15(1), pp. 208-225. Recuperado de: http://revista.fct.unesp.br/index.php/pegada/article/view/2574/2629
Rios, M. C., Lula, A. M., Amaral, N. A., & Bastos, A. V. B. (2009). Contratos Psicológicos e Comprometimento: o mapeamento cognitivo dos construtos junto a profissionais de RH. Acta Científica, 1(16), pp. 9-24.
Salles, L. F. (2015). Como as empresas brasileiras da indústria têxtil lidam com o declínio? Um estudo multicaso das ações estratégicas. Dissertação de Mestrado em Administração, Universidade Nove de Julho, São Paulo.
Serra, F., Ferreira, M., & Almeida, M. (2013). Organizational decline: a yet largely neglected topic in organizacional studies. Managemente Research, 11(2), pp. 133-156.
Souza, J. J. (2007). Teoria implícita de organização inovadora em empresas com padrões diferenciados de adoção de práticas de gestão. Tese de Doutorado em Administração, Núcleo De Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal da Bahia, Salvador.
Sternberg, R. J. (2000). Psicologia cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas.
Tanure, B., Evans, P., & Pucik, V. (2007). Virtudes e pecados capitais: a gestão de pessoas no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier.
Vicente, J. M. (2013, 10 jun.). Trabalhadores da UFN-3 declaram estado de greve. Hoje Mais [Online], Três Lagoas, MS. Recuperado de: https://www.hojemais.com.br/tres-lagoas/noticia/politica/trabalhadores-da-ufn3-declaram-estado-de-greve
Walter, S. A., & Bach, T. M. (2015, abr./mai./jun.). Adeus papel, marca-textos, tesoura e cola: inovando o processo de análise de conteúdo por meio do ATLAS.TI. Rev. Administração: ensino e pesquisa, Rio de Janeiro, 16(2), pp. 275-308.
Wellman, B. Computer Networks As Social Networks. (2001). Science, 293, pp. 2031-2034.
Wildman, J. L., Salas, E., & Scott, C. P. R. (2013). Measuring Cognition in Teams: A Cross-Domain Review. Human Factors, 20(10), pp. 1-31, 2013.
Witte, H., Hooge, J., & Vanbelle, E. (2010). Do the long-term unemployed adapt to unemployment. Romanian Journal of Applied Psychology, 12(1), pp. 8-14.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
• 1. The author(s) authorize the publication of the article in the journal.
• 2. The author(s) ensure that the contribution is original and unpublished and is not being evaluated in other journal(s).
• 3. The journal is not responsible for the opinions, ideas and concepts expressed in the texts because they are the sole responsibility of the author(s).
• 4. The publishers reserve the right to make adjustments and textual adaptation to the norms of APA.
• 5. Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.
• 6. Authors are permitted and encouraged to post their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) prior to and during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as earlier and greater citation of published work (See The Effect of Open Access) at http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html